terça-feira, agosto 30, 2005

Sexo antes, amor depois

Há uma eterna preocupação feminina com esta coisa de "dar no primeiro encontro". Aparentemente, ainda há na mente feminina aquela coisa de que o homem é o caçador e a mulher a caça, o prêmio. Só isso justifica este tipo de receio. Ora, se a mulher é o prêmio, não há porque dá-lo (o prêmio) sem que ele (o caçador) o mereça. E ele somente irá merecer se passar por determinados pré-requisitos (testes).

Seguindo esta linha de pensamento (que é machista, mas criada e mantida pelas mulheres), dar logo no primeiro encontro é uma fraqueza. Se o cara somente estava interessado no "prêmio", ele ganhou (e ela perdeu). 1 x o pros gorilas.

Se ela não dá, uau, como é esperta e autocontrolada! Tá certo que ela queria muito, que ele foi atencioso, sedutor, envolvente... Tá certo que ela ficou excitada, talvez mais do que ele... Mas... Ela não vai perder! Então ela não dá... 0 x 1 pra fêmea.

No final, um "ganha" e outro "perde". Eu acho, porém, que neste caso, e plagiando o velho Zagalo, "o empate é um bom resultado". Vamos tentar analisar de um ângulo que tem mais a ver com o que se quer (e sente) e menos com competitividade:

Se ele quer e ela não quer (não tá a fim, não tá com tesão, não tá usando a "calcinha de dar" - mulher tem até isso!) então não tem que dar mesmo. Não importa se é o primeiro, o segundo ou o centésimo encontro.

Se, por outro lado, ele quer e ela também quer (mesmo não estando com a "calcinha de dar"), se ambos estão contentes com o momento, se pintou o clima, se há cumplicidade suficiente (mesmo que não tenham jurado amor eterno), se tomaram as medidas de proteção necessárias (sim, gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis não tem nada a ver com piração e isso sim pode tirar o sono nos dias seguintes), então por que motivo, razão ou circunstância não deveria rolar? Tem mais que dar! E, mulheres, podem acreditar, se for bom mesmo, o cara vai sim ligar no dia seguinte, no mínimo porque vai querer repetir. Se ele não ligar, ligue você, oras! Surpreenda dizendo "adorei, quando vamos repetir?" Du-vi-de-o-do que o cara não caia de quatro. Se não cair, se der desculpa, enfim, se não rolar outra vez, então avalie: talvez ele não tenha curtido. É um direito dele oras, como teria sido seu.

Se depois disso a intimidade aumentar, se a vontade de se ver ficar cada vez maior - para ambos - isso será independente do sexo. Sexo é fundamental, mas não é - mesmo - tudo. Só que é o mínimo. Assim, mais uma vez usando a letra do Jabor (e música da Rita): "Sexo antes, amor depois".

No dia que as meninas entenderem a curtir os momentos prazeirosos sem que tudo tenha de ter consequencias eternas (e muito menos avaliarem os caras como sendo ou não maridos em potencial), elas - e nós - seremos bem mais felizes. E vamos ter mais prazer logo na primeira vez. ;-)

segunda-feira, agosto 29, 2005

Eu quero aquilo que não tenho

Ah, hoje senti a maldita fisgada do ciúme. Tudo bem que já sei - e admito - há algum tempo que eu também sinto ciúmes. Mas o meu ciúmes, como tudo o mais em mim, desconfio, não tem nenhuma lógica. Pode? Não. Mas senti.

Aí, lendo o Orkut de uma amiga, encontrei esta música da Marisa Monte ("Tudo pela metade"). Encaixa como uma luva:

Eu admiro o que não presta
Eu escravizo quem eu gosto
Eu não entendo.
Eu trago o lixo para dentro
Eu abro a porta para estranhos
Eu cumprimento.
Eu quero aquilo que não tenho
Eu tenho tanto a fazer
Eu faço tudo pela metade.
Eu não percebo.
Eu falo muito palavrão.
Eu falo muito mal.
Eu falo muito.
Eu falo mesmo.
Eu falo sem saber o que estou falando.
Eu falo muito bem.
Eu minto.

Estou me sentindo depressivamente musical. Talvez seja a chuva.

domingo, agosto 28, 2005

Louco não é quem pede, é quem dá.

Bem, depois de uns dias ausentes, estou de volta.

Li os posts dEla e fiquei pensando em algumas coisas. Primeiro, preciso dizer que, quando mais cedo, no mesmo dia, Ela me disse que escreveria algo sobre "fazer-se presente", eu não entendi. Nem perguntei muito porque falar com Ela no MSN é um exercício de paciência e segundo porque sabia que entenderia mais tarde, ao ler o texto, o que, de fato, aconteceu. E aí voltamos às minhas idéias sobre aquilo.

Ah, a nova velha história: "estou com problemas em meu relacionamento, mas vou dar um jeito já, já... Não, não sei quanto tempo, mas será logo... dois meses, um ano... talvez antes..." Já ouvi muitas meninas contando que ouviram isso. Já disse isso algumas vezes - não, eu não sou santo, nunca disse que era. Tudo bem, cada um acredita no que quer e, cá entre nós, pode muito bem ser verdade - eu também já disse essa frase de modo verdadeiro e, dois meses depois, já estava separado de uma e namorando a que ouviu - mas, acima de tudo, se acreditar, não pode ser uma espera à distância. Isso não.

Como disse Jabor, depois cantado em verso pela velha roqueira, "amor sem sexo é amizade". Se é isso que se quer, amizade, então pouco importa se ou com quem o outro está. Mas, se isso importa, então não é apenas amizade. E se não é, então tem que ter sexo. Ou ao menos o carinho do contato físico sim.

Eu sempre digo que "louco não é quem pede, é quem dá", ou seja, o fato do cara dizer "me espera até que eu fique sozinho" pode parecer algo estranho, mas ele só pede porque sabe que ela (aqui genéricamente falando) vai mesmo esperar. Mas, no fundo, o que ele deseja é que ela espere com ele, não longe.

Esta é outra característica feminina: a capacidade ilusória de colocar o sentimento em uma gaveta para, mais tarde, voltar a usar (ou sentir). Ilusória porque os sentimentos e desejos são altamente perecíveis: use enquanto ainda está fresco. Sinta agora, use ao máximo, não deixe pra depois. Depois já era, passado. E acredite: o amor eterno só existe nos livros e, mesmo assim, porque acabam na melhor parte.

Pronto, viajei em diversas direções, mas, o que estou tentando dizer é que não vejo nenhum problema em acreditar que o outro está deixando o relacionamento atual dele (até porque pode mesmo ser verdade), mas do mesmo modo como se espera que ele "se faça presente", o inverso também é verdadeiro. E não há maneira melhor de fazer com que alguém se apaixone do que estando realmente presente. Nada de jogos à distância, desejos reprimidos. O importante é curtir o que se deseja já. Quer sentir "os melhores beijos do ano"? Pois beije! Quer mais do que isso? Faça! Não espere por amanhã. Aliás, com outra, sem outra, sabemos que o amanhã pode nem chegar. E por mais que se possa arrepender de algo que se fez, muito pior é se arrepender por algo que não se fez.

Ou, por outro lado, não se quer nada disso. "Está com outra? Estou fora!". E ponto.

O que quero dizer é que não se pode ficar em cima do muro. Ou se quer e se faz, ou não se quer e não se faz. Seja como for, tem de ser agora, e não depois.

quinta-feira, agosto 25, 2005

A arte da conquista, fase um: ouça com atenção

Muito bem, agora que passei pelo meu momento existencial, vamos voltar ao que interessa: conquista, amor e sexo, não necessariamente nesta ordem.

Ela mencionou, em seu comentário ao meu post anterior, que me considera "a exceção à regra". Com isto, ela quis dizer que sou diferente - pra melhor, ao menos na opinião dela - da maioria dos carinhas que ela conhece. E acreditem, eu não acho isso nada legal. Não por mim, eu adoro ser reconhecido por meus esforços. Mas por ela e por todas as meninas do mundo, ou ao menos da minha cidade. Por algum motivo que ainda não compreendi completamente, há uma grande dificuldade dos caras perceberem - e aplicarem - o que as mulheres sinalizam o tempo todo. Pra começar, elas adoram falar... então ouçam!

O que andam ensinando para estes caras? Porque é tão difícil entender que uma mulher necessita basicamente de atenção (ouça o que ela diz), respeito (valorize o que ela diz), carinho (diga o que ela merece ouvir - se não for bom, minta), mistério (ouça muito, fale pouco) e prazer (chega de ouvir e falar, está na hora de mostrar que sua língua tem outras funcionalidades)?

Vamos começar do primeiro ítem: atenção (ouvir o que ela diz, como ela diz, como se expressa, do que tem medo, do que gosta, do que não gosta, etc). Uma mulher - qualquer mulher, sem nenhuma exceção - é conquistada quando se escuta o que ela tem a dizer. Ok, ela não vai falar com você se for muito feio, mas acredite, não vai adiantar nada ser bonito e não a ouvir ou ter algo interessante pra dizer (de preferência sobre ela). E você somente vai conseguir isso se prestar atenção de verdade. Não adiante fazer de conta que escuta. Tem mesmo que ouvir, processar, comentar quando for o caso, e, se possível, dar algum conselho inteligente. Conselhos não muito inteligentes também valem; o importante é ela perceber que você realmente a estava escutando. Quando puder fazer isso bem feito, terá garantido o acesso à maioria das mulheres, mesmo aquelas consideradas "impossíveis". Eu garanto.

As as palavras são armas poderosas e importantes para acessar o coração, mente e corpo da mulher. Se você ainda duvida disso, então tem mesmo muito a aprender.

P.S. Senti falta do post dEla. Por onde andará?

quarta-feira, agosto 24, 2005

Autocrítica

Interessante a sensação de escrever sem saber se alguém lê. É quase como falar sozinho, em voz alta. Só não tenho esta sensação mais forte porque sei que Ela está lendo. E isso trás consigo coisas boas e coisas nem tão boas.

As coisas boas resumem-se, basicamente, em ter "aquele com quem se fala", o interlocutor. Do ponto de vista mais purista, seria apenas um leitor (ou leitora, no caso), mas, tratando-se de internet e da possibilidade de comentar, sem falar no fato de podermos conversar por outros meios, inclusive pessoalmente, trata-se mesmo de uma interlocutora. É bom saber que, afinal, não se está falando sozinho.

Por outro lado, temos a questão da censura, ainda que esta seja auto imposta.

Quando falamos sozinhos, podemos dizer absolutamente qualquer coisa. Ok, novamente os puristas (sempre aqueles chatos) diriam que não é bem assim, que Freud explicou sobre Id e Superego, auto censura, blá, blá, blá... Mas vamos ignorar os chatos, que sempre é o melhor a se fazer. Assim, sabendo que tenho uma leitora que me conhece tão bem e cuja opinião me importa muito, vem o receio do que se diz, etc.

Pra evitar isso, reforçamos nosso voto de total sigilo e, ainda mais importante, nossa capacidade de não julgar o outro. E querem saber? Estou realmente espantado com a incrível capacidade que esta mulher tem de me surpreender.

Hoje ela me deixou completamente à vontade, mais confiante, mais relaxado e com ainda mais vontade de levar este projeto adiante. Ela é ou não é demais? Garanto que é.

Mas vamos parar com a rasgação de seda e voltar à nossa egotrip. A viajem apenas começou.

terça-feira, agosto 23, 2005

Monogamia e romantismo: nada a ver

Acho que estamos "estressando" este tema, mas ele é importante e, além disso, Ela deu uma deixa interessante: "será que monogamia tem a ver com romantismo"? Eu respondo: não.

Pra começar, uma explicação sobre o título: não quero dizer que monogamia não combine com romantismo, nada disso. Apenas que monogamia não é pré-requisito para o romantismo. Não mesmo.

Como em tudo na vida, temos todas as combinações possíveis: desde monogâmicos totalmente insensíveis e nada românticos até polígamos (ou monogâmicos descrentes) absolutamente românticos. Este é o meu caso. Sim, eu sou um romântico declarado.

Mando flores, faço poesias, deixo bilhetes escondidos, me faço presente (mesmo que apenas por mensagens de SMS), enfim... O que importa é que sempre foi totalmente sincero.

Assim, para todos os fins, meu coração sempre teve uma única dona, mesmo quando dividido. E, pra ser absolutamente sincero, isso foi a mais pura verdade. Ao menos, eu sempre vivi como se fosse. E acho que as fiz felizes. Ou, ao menos, não poupei esforços para fazer.

E aí fica uma nova questão: o que é melhor, um cara "fiel" (monogâmico) que é chato de tão comum e que não tem nada de romântico, ou um corsário polígamo, que é surpreendentemente romântico? Não, não vale o melhor dos dois mundos. Isso não existe. Ou existe?

segunda-feira, agosto 22, 2005

O mito da monogamia

Pronto, melhor deixar claro desde já: eu não acredito na monogamia. Puxa, vamos falar francamente, quem acredita?

O ser humano, analisado friamente, como o animal que é (sim, o ser humano É um animal), não é monogâmico. A arara é, o golfinho é, mas o ser humano não é.

A arara e o golfinho, depois de escolherem seus parceiros - que são definitivos -, definham até morrer quando são afastados destes. O ser humano não. O simples fato de poder pensar em outro(a) que não o(a) parceiro(a) - e ter inclusive tesão por este - já comprova esta tese. Assim, uma vez que eu e você concordamos que sim, sentimos atração (tesão mesmo) por outro que não nosso parceiro imediato (e muitas vezes - mesmo - temporário) e que isto faz parte da natureza humana, temos também que concordar que antinatural é justamente o contrário e que ferimos a nós mesmos quando nos obrigamos a uma vida de monogamia.

Assim, resumidamente, a monogamia é um atentado à nossa natureza humana e tentar lutar contra isso é uma briga que já perdemos. No máximo, podemos fazer de conta que estamos ganhando. E é isso que os monogâmicos fazem o tempo todo: de conta.

Por outro lado, como diz um amigo meu, o ser humano, ao contrário dos outros animais, pode optar por ser monogâmico ou por buscar a monogamia, mesmo contra seus instintos básicos. Isso seria sublime e o deixaria mais próximo do sagrado.

No final, mesmo não crendo na monogamia como algo natural, anseio por ela e luto na arena da minha alma para ficar um pouco mais próximo do sagrado. Como diria Kazantizakis, esta é a eterna luta entre carne e espírito. Minhas escolhas são resultados desta batalha.

O início

Pra estrear nosso blog, algumas considerações iniciais:

1. Somos um casal de amigos, sem nenhuma intimidade maior, a não ser aquela provocada pelo desejo extremo de compartilhar os segredos mais íntimos com alguém do sexo oposto.
2. Nem sempre concordamos nas coisas em que acreditamos, mas respeitamos fortemente um ao outro e sabemos inclusive admirar nossas diferenças.
3. Vamos ser verdadeiramente explícitos aqui, doa a quem doer, inclusive a nós mesmos. Isso implica, infelizmente, em omitir nossas próprias identidades e daqueles de quem falarmos. Esta é uma regra que não será quebrada. Possivelmente a única.
4. Se concordar ou discordar, não fique em silêncio. Comente. Entretanto, nos damos o direito de deletar qualquer comentário que considerarmos irascível ou ofensivo.
5. Não há nada aqui, mas achei que uma boa lista deveria ter 5 itens. ;-)

Até breve.

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Editado em 09/07/2007:
Foi assim que tudo começou, mas Ela não posta mais, então assumi este blog em definitivo e o tomei como meu. Sendo assim, vou revelar minha identidade sem problemas. Ah, a identidade dEla vai continuar em segredo, ao menos pelo tempo que Ela quiser.