domingo, agosto 28, 2005

Louco não é quem pede, é quem dá.

Bem, depois de uns dias ausentes, estou de volta.

Li os posts dEla e fiquei pensando em algumas coisas. Primeiro, preciso dizer que, quando mais cedo, no mesmo dia, Ela me disse que escreveria algo sobre "fazer-se presente", eu não entendi. Nem perguntei muito porque falar com Ela no MSN é um exercício de paciência e segundo porque sabia que entenderia mais tarde, ao ler o texto, o que, de fato, aconteceu. E aí voltamos às minhas idéias sobre aquilo.

Ah, a nova velha história: "estou com problemas em meu relacionamento, mas vou dar um jeito já, já... Não, não sei quanto tempo, mas será logo... dois meses, um ano... talvez antes..." Já ouvi muitas meninas contando que ouviram isso. Já disse isso algumas vezes - não, eu não sou santo, nunca disse que era. Tudo bem, cada um acredita no que quer e, cá entre nós, pode muito bem ser verdade - eu também já disse essa frase de modo verdadeiro e, dois meses depois, já estava separado de uma e namorando a que ouviu - mas, acima de tudo, se acreditar, não pode ser uma espera à distância. Isso não.

Como disse Jabor, depois cantado em verso pela velha roqueira, "amor sem sexo é amizade". Se é isso que se quer, amizade, então pouco importa se ou com quem o outro está. Mas, se isso importa, então não é apenas amizade. E se não é, então tem que ter sexo. Ou ao menos o carinho do contato físico sim.

Eu sempre digo que "louco não é quem pede, é quem dá", ou seja, o fato do cara dizer "me espera até que eu fique sozinho" pode parecer algo estranho, mas ele só pede porque sabe que ela (aqui genéricamente falando) vai mesmo esperar. Mas, no fundo, o que ele deseja é que ela espere com ele, não longe.

Esta é outra característica feminina: a capacidade ilusória de colocar o sentimento em uma gaveta para, mais tarde, voltar a usar (ou sentir). Ilusória porque os sentimentos e desejos são altamente perecíveis: use enquanto ainda está fresco. Sinta agora, use ao máximo, não deixe pra depois. Depois já era, passado. E acredite: o amor eterno só existe nos livros e, mesmo assim, porque acabam na melhor parte.

Pronto, viajei em diversas direções, mas, o que estou tentando dizer é que não vejo nenhum problema em acreditar que o outro está deixando o relacionamento atual dele (até porque pode mesmo ser verdade), mas do mesmo modo como se espera que ele "se faça presente", o inverso também é verdadeiro. E não há maneira melhor de fazer com que alguém se apaixone do que estando realmente presente. Nada de jogos à distância, desejos reprimidos. O importante é curtir o que se deseja já. Quer sentir "os melhores beijos do ano"? Pois beije! Quer mais do que isso? Faça! Não espere por amanhã. Aliás, com outra, sem outra, sabemos que o amanhã pode nem chegar. E por mais que se possa arrepender de algo que se fez, muito pior é se arrepender por algo que não se fez.

Ou, por outro lado, não se quer nada disso. "Está com outra? Estou fora!". E ponto.

O que quero dizer é que não se pode ficar em cima do muro. Ou se quer e se faz, ou não se quer e não se faz. Seja como for, tem de ser agora, e não depois.