quarta-feira, agosto 24, 2005

Autocrítica

Interessante a sensação de escrever sem saber se alguém lê. É quase como falar sozinho, em voz alta. Só não tenho esta sensação mais forte porque sei que Ela está lendo. E isso trás consigo coisas boas e coisas nem tão boas.

As coisas boas resumem-se, basicamente, em ter "aquele com quem se fala", o interlocutor. Do ponto de vista mais purista, seria apenas um leitor (ou leitora, no caso), mas, tratando-se de internet e da possibilidade de comentar, sem falar no fato de podermos conversar por outros meios, inclusive pessoalmente, trata-se mesmo de uma interlocutora. É bom saber que, afinal, não se está falando sozinho.

Por outro lado, temos a questão da censura, ainda que esta seja auto imposta.

Quando falamos sozinhos, podemos dizer absolutamente qualquer coisa. Ok, novamente os puristas (sempre aqueles chatos) diriam que não é bem assim, que Freud explicou sobre Id e Superego, auto censura, blá, blá, blá... Mas vamos ignorar os chatos, que sempre é o melhor a se fazer. Assim, sabendo que tenho uma leitora que me conhece tão bem e cuja opinião me importa muito, vem o receio do que se diz, etc.

Pra evitar isso, reforçamos nosso voto de total sigilo e, ainda mais importante, nossa capacidade de não julgar o outro. E querem saber? Estou realmente espantado com a incrível capacidade que esta mulher tem de me surpreender.

Hoje ela me deixou completamente à vontade, mais confiante, mais relaxado e com ainda mais vontade de levar este projeto adiante. Ela é ou não é demais? Garanto que é.

Mas vamos parar com a rasgação de seda e voltar à nossa egotrip. A viajem apenas começou.