sexta-feira, outubro 31, 2008

O abominável, o inaceitável e o direito de escolha

Vou falar de um tema mais forte do que o normalmente tratado por aqui mas quero deixar claro, antes de tudo, é que acho o primeiro totalmente abominável e o segundo dificil de aceitar e entender.

Hoje me perguntaram se eu achava a pedofilia algo repulsivo. Eu, obviamente, disse que sim. Em seguida, a mesma pessoa me perguntou se eu também achava o incesto algo repulsivo e, surpreendentemente, me peguei dizendo que não. Agora, horas depois, me dou conta de que sim, também não acho a idéia do incesto algo menos que doentio, mas ao mesmo tempo compreendo de onde veio minha primeira resposta e o que diferencia, a priori, uma coisa da outra: a possibilidade de escolha.

Na pedofilia, um dos lados não tem nenhuma escolha, não pode optar e, assim, é abusado. É como o estupro, mas é ainda pior, uma vez que uma criança tem menos condições de defesa que um adulto.

No incesto, há uma escolha consciente, onde ambos optam por um relacionamento, por mais doentio que possa ser. Vale lembrar que se o incesto ocorre entre um maior e uma menor, por exemplo, antes de ser incesto é pedofilia, e neste caso, também não é escolha.

Enfim, o que eu quero dizer, é que existem infinitas formas de relacionamento afetivo-sexual. Podemos aceitar algumas e reprovar outras, mas elas existem e fechar os olhos não faz com que desapareçam. Mas o que pode legitimar esta ou aquela forma é a possibilidade de optar, de escolher. Se não há escolha, então deve ser coibido como o hediondo que é.