domingo, fevereiro 24, 2008

Sobre o Tempo

Pois é, eu sou assim: ligada aos números e prazos. Alguma vez ouvi que só se gerencia o que se mede e levei muito a sério. Enchi minha vida de quantidades e prazos.

Durante um bom tempo acreditei que para se amar alguém era necessário um período mínimo de 3 meses. Antes disso seria apenas o calor das emoções, ou o que se costuma chamar de paixão... O amor era algo a ser descoberto com o passar dos dias, um segundo passo, quando as coisas tornam-se mais calmas e claras, como já citei em alguns posts anteriores.

Preciso confessar que lá no fundo do meu coração eu sempre carreguei o desejo inconfessável de que a vida me desse uma grande rasteira e provasse que eu estava errada. O dia em que o “eu te amo” não coubesse mais dentro de mim e simplesmente saísse pela minha boca, como que um urro ao tomar um soco no estômago. E de repente, não mais que de repente este dia chegou em 1/6 do tempo previsto.

E quando pensei que o tempo deixaria de me assombrar lá vem ele novamente, me cobrando... qual o tempo certo para que a relação engrene? Ainda baseada nas minhas antigas crenças, 4 meses era o tempo médio para se ter certeza de que se queria estar com a pessoa escolhida. Mas incrivelmente fui acometida por uma síndrome de urgência urgentíssima e todo o meu lado calculista e racional entrou em colapso.

Eu quero e quero para ontem e o meu ontem é agora. Fodam-se os prazos, fodam-se os compromissos, fodam-se os outros, foda-se o mundo. Eu quero sair por aí e gritar o quanto amo, o quanto quero, o quanto estou feliz. Ou só ficar quietinha no meu quarto, com meu corpo colado ao dele pelo tempo infinito que dure este louco amor.