quarta-feira, agosto 13, 2008

Socorro! Virei Mulherzinha (e gostei)!!!

Dia desses estava lendo uma Revista Contigo (quanta cultura inútil) na sala de espera do dentista. A capa era com a Débora Secco que declarava: “Sou mulherzinha, gosto de ficar em casa, cozinhar, servir, agradar.”

Caso eu tivesse lido esta mesma matéria há seis meses atrás, assim como várias mulheres, eu iria querer queimá-la viva, numa fogueira em praça pública, para servir de exemplo: “Como pode uma mulher independente, profissionalmente bem sucedida e bonita dar uma declaração destas? É um desserviço às mulheres.”

Eu, como mulher independente - ainda que não tão bem sucedida nem tão bonita quanto ela (mentira, nem acho ela tão bonita assim, acho até que sou mais eu) – acharia uma tremenda demonstração de fraqueza. Ora bolas, servir aos homens, se declarar mulherzinha... Um absurdo!

Justo eu que já briguei quando homens se ofereceram para trocar lâmpadas e pneus para mim (será que pensam que sou incapaz de fazer isso?), que passei anos sem vestir nenhuma roupa cor-de-rosa, que dizia que não fazia amor, só sexo e que odiava quando não deixavam eu dividir a conta.

Porém eis que chegou esse tal de amor e bateu à minha porta. Junto com ele um cara que teve paciência para driblar todas as minhas objeções e muito sutilmente começou a fazer um agrado aqui, cuidar um pouquinho ali... e quando me dei por conta a “doce rendição” já tinha acontecido: VIREI MULHERZINHA!

E quer saber? É uma delícia ser cuidada, amada, mimada por alguém. A conseqüência natural não podia ser outra: gosto de ficar em casa, cozinhar, servir, agradar. E além de tudo ainda descobri que isso não me torna mais fraca, muito pelo contrário, me faz mais forte para buscar ser alguém cada dia melhor.

Será que este é o desejo oculto de todas as mulheres independentes: encontrar um homem com quem elas possam ser mulherzinhas?