quarta-feira, maio 14, 2008

O Ego e os Mecanismos de Defesa

Ele disse “Que o próximo salto seja tão doado quanto o anterior”. Será isso possível?

Acredito que somos a soma do que vivemos, das experiências que tivemos e também das dores que sofremos. Analisando racionalmente não é possível dar um salto tão doado assim. Criamos nossa própria rede de segurança, mesmo que inconscientemente.

Quando me interesso por um cara, minha primeira rede de proteção é fazer um boicote a ele. Tudo o que disser será rebatido por um comentário irônico e sarcástico ou por uma objeção que torne no mínimo desagradável a sua aproximação. É a história do “só os fortes sobrevivem”.

Mas uma vez a cada década aparece algum homem forte (ou esperto) o suficiente para avançar esta etapa. Mas você acha que ele sai ileso? Nem pensar. Eu encontro mil motivos pelos quais ele não deveria ficar comigo (ele recém saiu de uma relação, não está preparado para se envolver, precisa de alguém que tenha mais tempo disponível ou qualquer outra baboseira) e decido ser muito boazinha e deixá-lo livre para seguir seu caminho. Então sem mais nem menos eu me desvinculo emocionalmente desta pessoa até ela achar que nossa relação é somente baseada em sexo.

Recentemente recebi um bom diagnóstico. Eu faço uma eutanásia das relações. Só que uma eutanásia precoce. Como se ao descobrir um tumor, antes mesmo de saber se ele é benigno ou maligno já meto uma bala na cabeça. No meu caso, ao saber que a relação está evoluindo e talvez quem sabe um dia eu vá sofrer com o fim tedioso resolvo ficar sozinha.

Ok, talvez você me ache uma aberração, mas no fundo sou só medrosa. Já tomei algumas porradas da vida. Nada muito dramático, mas quem gosta de sofrer? O problema é que ELE tem razão: fazendo isso sofro muito mais. Sofro a pior das dores, a dor do não vivido, de tudo que poderíamos ter sido.

Quem sabe um homem muito esperto e o amor possam dar jeito nisso, me fazer viver um dia (feliz) de cada vez e me provar que talvez as coisas só tenham fim depois do fim das nossas vidas?