domingo, janeiro 13, 2008

A "infidelidade" na natureza

Os humanos são seres vivos cientificamente classificados no reino animal como vertebrados, mamíferos e evoluídos dos primatas (macacos), no estágio de evolução atual chamado HOMO SAPIENS SAPIENS.

Em toda espécie animal (incluindo o homem) existe uma “programação” de perpetuação da espécie através da reprodução, isto vem no DNA (genes) e alterações genéticas significativas levam milhões (sendo otimistas milhares) de anos e diretamente ligadas a alterações ambientais. Nos mamíferos, geralmente a “ordem genética” pré-programada nos machos é “peguem todas” ou seja quanto maior o número de fêmeas copuladas maiores as possibilidades de fecundação e consequentemente de reprodução.

A grande maioria dos mamíferos na natureza vivem em grupos/famílias e em esquema de poligamia masculina (um macho com várias fêmeas) , o contrário existe em raras espécies como por exemplo as toupeiras (que não são famosas exatamente pela inteligência...) e vivem em estrutura organizacional matriarcal muito parecida com a de insetos como formigas e abelhas.

Portanto o DNA dos machos da espécie humana também está impregnado deste “pegue todas que puder”, faz parte da natureza humana masculina. O ser humano porém possui a inteligência avançada que permite-lhe entre outras coisas “inventar” e inclusive contrariar a natureza, por exemplo, comendo coisas que não existem naturalmente na forma ingerida, se deslocar por ar (modalidade naturalmente reservada aos pássaros e mamíferos alados) ou sob a água (modalidade naturalmente reservada a peixes , mamíferos aquáticos e aves como os pingüins) .

A inteligência permite também criar comportamentos coletivos ou individuais. As religiões “modernas” advindas do judaísmo/cristianismo colocam a monogamia como comportamento coletivo e individual a ser adotado pelas pessoas, mas a “programação genética” manda o contrário. Ou seja o Homem (e ai me refiro ao macho da espécie) é obrigado a “lutar” contra sua natureza por motivos sociais e religiosos, mas de modo geral a própria “sociedade” sabe que esta imposição é anti-natural, e é extremamente “tolerante” com a “poligamia física” (envolvimento físico com várias mulheres) mas insiste na “monogamia moral” (envolvimento emocional e conjugal com apenas uma mulher) .

Ainda seguindo as regras da natureza os mamíferos machos possuem um “sentimento de posse” muito grande, pois é o que naturalmente lhes motiva a proteger e zelar pelo “seu” grupo/família e “território”, a “exclusividade sexual” das fêmeas lhes garante que a prole (filhos) são seus, sendo seu dever prover e protege-los, não sendo portanto da natureza masculina “dividir” as “suas” fêmeas com os outros machos (mas podem “atacar” as fêmeas dos outros...), já as fêmeas são sabiamente programadas pela natureza a buscar o “melhor macho”, o “mais poderoso", aquele com melhores condições de se reproduzir (virilidade), padrão genético (saudável, forte) e recursos (território, habilidade para prover (bom caçador , lider e “defensor”) e naturalmente são predispostas a não só conceder exclusividade sexual ao macho escolhido como a dividi-lo pacificamente com as outras fêmeas do grupo.

Na espécie humana a natureza “pede” isto também mas as já citadas “convenções” da moderna civilização excluem o conceito de “harém” e tentam submete-la ao conceito de monogamia, o que é subversiva e na prática burlado pela maioria dos homens, que instintivamente seguem o “apelo de sua natureza”, quanto as mulheres o mundo moderno fez com quem as mesmas “flexibilizassem” as exigências com relação aos “machos”, não buscam “caçadores de verdade” mas sim provedores eficientes (bons “caçadores de dinheiro”) para mante-las e a eventuais filhos em troca de “exclusividade sexual/afetiva”, as outras exigências como força, um padrão genético favorável (beleza) e a capacidade reprodutiva (virilidade) ainda “mexem com o instinto básico da fêmea” porém tiveram o apelo reduzido principalmente para as mulheres ditas “dependentes” que vêem no homem antes de tudo um provedor (apesar da tendência de crescimento das mulheres ditas independentes e “bem - sucedidas” que podem e buscam e valorizam justamente o oposto das dependentes...).

Como sempre disse, a monogamia não é um comportamente natural, muito pelo contrário. E em tempos de consciência ambiental, não se pode ir contra a natureza, não é mesmo?

1 Comments:

Anonymous Anônimo disse...

Belo tratado antropológico sobre um dos teus temas preferidos!

Mas faltou sentimento... queremos saber de ti, das tuas emoções, das tuas sutilezas (ou da falta dela).

"Eu queria ver no escuro do mundo, onde está tudo o que você quer..."

segunda-feira, 14 janeiro, 2008  

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