sexta-feira, janeiro 11, 2008

A "infidelidade" masculina e outros termos

O termo “fidelidade” é usual e incorretamente utilizado com sentido de “exclusividade afetivo/sexual”. Será que é isso mesmo?

Segundo Bueno, Francisco da Silveira; Dicionário escolar da língua portuguesa, FENAME 1982, o termo fidelidade significa: lealdade, firmeza, exatidão, probidade. Ainda segundo o mesmo dicionário o termo fiel significa: pontual, probo, exato, verídico, firme, lea ; ajudante de tesoureiro; fio ou ponteiro da balança; árbitro ou juiz.

O termo infidelidade aparece como: traição, deslealdade. E o termo infiel como: desleal, traiçoeiro, pérfido, pagão, gentio .

Nota-se que a palavra FIEL não aparece como sinônimo de “exclusivo” ou “sexual/afetivamente exclusivo”, apesar do termo INFIDELIDADE aparecer como traição/desleadade (mas de modo geral) justamente em contraposição ao significado “lealdade” da palavra raiz fidelidade; pela lógica a mesma só se justificaria como forma de se referir a uma “quebra de contrato” com cláusula de exclusividade (no caso um contrato de casamento onde a exclusividade afetivo/sexual estivesse explicitada), ou mesmo um “contrato verbal” de relacionamento qualquer com a mesma cláusula explícita e ajustada entre as partes envolvidas .

O termo cliente “fiel” é largamente utilizado para se referir a um cliente que freqüenta assiduamente o mesmo “estabelecimento”, mas isto não quer dizer que ele só freqüente ou possa freqüentar aquele estabelecimento, significa apenas que existe uma preferência natural e regularidade nas “visitas”, não necessariamente exclusividade. É utilizado também para se referir aos freqüentadores ou seguidores de uma determinada igreja (por sinal o termo freguês tem originalmente o mesmo sentido, freguesia é sinônimo de paróquia).

Lealdade, Consideração, Sinceridade e Traição
O conceito de lealdade e consideração são muito próximos e por vezes se confundem, mas há diferenças, o primeiro geralmente está ligado a situações onde existe compromisso, o segundo idem, mas também se aplica em situações onde não há compromissos, mas expectativas, os de desleadalde e desconsideração idem, já sinceridade está ligada diretamente a lealdade.

LEALDADE significa no jargão popular “jogar limpo”, ou seja, respeitar as regras acordadas, a ética, ser verdadeiro, ser recíproco, manter um relacionamento transparente e sem "surpresas".

CONSIDERAÇÃO é respeitar os sentimentos, afeição, lealdade que alguém lhe dedica.

SINCERIDADE vem do latim “sine cera” termo que se aplicava a alguns vasos feitos com uma resina tão transparente que se podia ver o que havia dentro, alguns eram tão transparentes que pareciam “sem cêra”, ou seja, sinceridade quer dizer transparência, mostrar o que realmente é, deixar claro o modo de pensar e de agir, portanto uma pessoa sincera não é a que é “fiel “ e sim a que “não esconde o jogo”, sinceridade e lealdade são complementares.

DESLEALDADE é oferecer vantagens para concorrentes descompromissados, as quais não se oferecem para os aliados e parceiros comprometidos, é deixar um parceiro em situação constrangedora em consequência de mentira, omissão ou realização de ação que não se esperaria (traição), devido a confiança depositada, enfim deslealdade é “jogar sujo”.

DESCONSIDERAÇÃO ou falta de consideração, normalmente é aplicado quando uma pessoa não leva em consideração os sentimentos de outrem, ou trocando em miúdos , é o ato de agir de um modo desrespeitoso com a presença ou afeição de alguém, é não se importar com os sentimentos de alguém próximo causando-lhe constrangimento, em suma, é agir sem levar em consideração a amizade, afeição ou dedicação do outro.

TRAIÇÃO é quando se quebra um dos pontos de base da lealdade, é quando se é desleal, pois “trair” na realidade é desmerecer a confiança do outro, é fazer o não esperado, é enganar, portanto só tem sentido usar o termo traição quando existe a surpresa no ato realizado, quando existe desrespeito intencional à cláusula de “contrato” ou favorecimento ilegítimo a partes estranhas ao relacionamento, principalmente quando não houver o merecimento ou possuírem um nível inferior ao que já se tem.

Exemplos práticos:
Deslealdade: uma pessoa que tendo um compromisso (um acordo de exclusividade ou regras de relacionamento) com um parceiro, se relaciona com outra pessoa sem que o parceiro tenha consciência dessa falta de exclusividade. Pode ser também o caso de tratamento desequilibrado ex : o marido que leva a amante para passeios caros e situações em que nunca levou ou leva a esposa, ou ainda a mulher que tendo um parceiro com um nível “A” que “lhe ajuda” se relaciona e “ajuda” alguém com um nível “Z” (estilo Robin Hood : tira dos ricos para dar para os pobres) .

Desconsideração: Uma pessoa que mesmo sabendo que há alguém próximo apaixonado por ela e pela qual não nutre o mesmo sentimento, beija e “se agarra” na frente da outra, sem qualquer reserva; outro exemplo é o das “paqueras”, trocas de olhares, troca de bilhetes e telefones, aceite de convites para dançar, etc, quando se está acompanhado. Quem faz este tipo de coisas está desconsiderando o(a) acompanhante, e dizendo discreta ou claramente que a presença ou sentimentos deste não tem importância nenhuma diante de seus próprios interesses prioritários.

Deslealdade e a desconsideração se misturam em certas situações, um exemplo seria a da pessoa que além de enganar o outro, o faz de forma irresponsável ou vil, e coloca o parceiro em situação constrangedora ou em risco de saúde, ao ter relações com qualquer amante efêmero sem a devida proteção. Ex.: Além de “trair” o parceiro o faz com um amigo próximo, ou podendo ir para “n” lugares prefere fazer na cama da pessoa traída.

Sendo assim a desconsideração e a deslealdade é que na realidade são realmente nocivas aos relacionamentos e não a não-exclusividade.

Como visto, é pode-se afirmar que é possível ser “fiel” mesmo não sendo “exclusivo”, e que ser “não exclusivo” não implica necessariamente em ser desleal, infiel ou “traidor”. Tudo depende do “contrato ajustado” e do nível de “transparência” e lealdade/consideração envolvidos na relação.

1 Comments:

Anonymous Anônimo disse...

Poucos dizem de si mesmos: “sou um(a) traidor(a)”. A maioria fala do que faltava no relacionamento e que o(a) levou a buscar outras formas de satisfação. Parece que as pessoas têm necessidade de viver experiências que a relação não preenche.

Isso porque, nas relações contínuas, acabam acontecendo as cobranças e uma certa apatia em relação ao outro.

Em muitos, isto provoca um certo cansaço. Nada melhor que uma relação nova, onde tudo são flores. Quem está insatisfeito cria para si uma situação mais amena e agradável. Por outro lado, vem a sensação de culpa. A pessoa começa a perceber as necessidades internas que o levaram a isso. Procura saber o que está buscando, o que quer compensar, preencher.

A pessoa infiel lida com seus sentimentos de maneira muito forte. Não sabe o que vem pela frente, gosta de lidar com o desconhecido. Em muitas ocasiões, age por ignorância: não conhece os abalos que a infidelidade pode provocar no relacionamento. Outras vezes, sabe disso, mas acha que vale pagar o preço.

Hoje em dia ta pau a pau a infidelidade HOMENS X MULHERES
BJUXXXX
"EU"

sexta-feira, 11 janeiro, 2008  

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